Desde a infância o mundo da imagem me fascinou, é uma intimidade natural!
Comecei a fotografar como muitas pessoas, pelo simples desejo de fotografar, de registrar momentos próprios, familiares, viagens, etc.
O sentimento de intimidade com essa linguagem escrita por imagens me conduziu ao caminho natural, trabalhar com o que me dá satisfação, prazer.
Assim este curitibano se tornou fotógrafo profissional, e a iniciação se deu num dos lugares mais conhecidos de Curitiba, quando o assunto é fotografia, o FOTO BRASIL.
Foto Brasil
Atualmente o prédio que era o endereço deste estúdio fotográfico está vazio, mas a sua história ainda vive nas familias curitibanas, no seio familiar é presente o registro de muitos momentos da vida destas pessoas que passaram pelo estúdio e tiveram seus semblantes registrados através das lentes dos profissionais que lá trabalharam.
O piso térreo, que era antigamente endereço da lanchonete Colombo, passou a ser endereço da joalheria Aristides e ainda hoje esta permanece ali.
Já na entrada do FOTO BRASIL, local da Lojinha da Dona Euvira, onde as pessoas compravam mochilas, bolsas, carteiras e cintos, hoje é endereço de uma loja de roupas, porém o acesso ao primeiro e segundo andar, onde ficava o estúdio, laboratório e escritório, não existe mais. A escada de madeira que tinha sua rara beleza, foi retirada para que a loja de roupa usufrua de mais espaço no térreo.
Agora todas as pessoas que um dia por ali passaram, para serem fotografadas, guardam saudosa lembrança, imagens na memória, pois não é possível visitar o prédio.
Não sei porque a Prefeitura de Curitiba que tanto já fez para preservar a memória de nossa amada Curitiba, ainda não se articulou para fazer alguma coisa a respeito deste prédio ou do FOTO BRASIL, afinal de contas, foi uma empresa curitibana com mais de sessenta anos de atividade que registou além da sociedade curitibana, a sociedade paranaense. Fez por merecer o devido registro da sua contribuição na história da cidade, participou ativamente em vários setores da sociedade. (Friso: a Casa Romário Martins homenageou o Foto Brasil e sua história, junto com a exposição lançou um livro com relatos e fatos que construiram esta história. Logo publicarei um post a respeito deste registro.)
O Seo Isac Krieger que além de fotógrafo também retocava as fotografias que precisavam de um ou outro retoque quando já estavam no papel fotográfico. Colaborava com a sociedade, participando do juizado de menores como colaborador. Nas rondas noturnas registrava para o juizado o que era preciso documentar através de imagens.
Já no fim das tardes era comum que as poltronas, dispostas no hall do estúdio fossem, ocupadas quase na sua totalidade por amigos dos sócios do Foto, Isac Krieger e Walter Jacobs, amigos estes que eram juizes, desembargadores, representantes de classe política entre outros.
Lá foram discutidos muitos momentos da nossa história municipal, estadual e nacional. Era comum parte destes seguirem, após o bate papo no Foto, para a Boca Maldita, na Rua Das Flores.
Uma curiosidade, os sócios do Foto Brasil, Isac e Walter eram respecitvamente judeu e alemão! Fato extraordinário considerando os fatos históricos!
Marcelo Poeta - Fotógrafo 